tenho 50 cerâmicas e nenhuma é terra.
eis um selo sigiloso que se esconde nas vias
mas revela-se numa mesa.
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o caixote onde o velho se sentava foi removido pelo município.
mais um poema que se extingue
com a mão pesada da burocracia.
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em notas de 3 versos
escondo as minhas confissões
para que o explorador de conteúdos o decifre.
ora vejamos:
O poema começa com a frase "tenho 50 cerâmicas e nenhuma é terra." Essa linha pode sugerir que o eu lírico possui várias cerâmicas, mas nenhuma delas é feita de matéria-prima natural, como a terra. Isso pode ser visto como uma metáfora para a ausência de elementos naturais e orgânicos na vida do eu lírico. Pode indicar uma sensação de desconexão ou artificialidade.
A segunda linha, "eis um selo sigiloso que se esconde nas vias", sugere a presença de algo secreto ou misterioso. O selo sigiloso é algo oculto, escondido nas "vias" (possivelmente referindo-se a caminhos ou trajetos). Pode ser interpretado como algo que não é imediatamente aparente, mas está presente de forma subterrânea ou subliminar.
A terceira linha, "mas revela-se numa mesa", indica que esse segredo ou mistério se manifesta ou é revelado em uma mesa. A mesa pode ser interpretada como um espaço de encontro, comunicação ou negociação. Pode representar um ponto de convergência onde as coisas são colocadas em perspectiva ou reveladas.
Em geral, o poema parece abordar temas como a artificialidade, a ausência de elementos naturais e a presença de segredos ocultos que se manifestam em momentos de encontro ou comunicação. No entanto, é importante ressaltar que a interpretação de um poema é subjetiva e pode variar dependendo da perspectiva de cada leitor.
e
Nessa interpretação, o poema sugere que o eu lírico esconde suas confissões em notas compostas por três versos. Essas confissões podem ser entendidas como pensamentos íntimos, emoções profundas ou segredos pessoais.
A frase "para que o explorador de conteúdos o decifre" indica que o eu lírico escreve essas notas com o propósito de que alguém, chamado de "explorador de conteúdos", as decifre ou compreenda. Isso sugere uma busca por conexão ou compreensão por parte de outra pessoa, alguém capaz de explorar e interpretar o significado oculto nas palavras.
Esses versos de três linhas podem ser vistos como uma forma de comunicação enigmática, desafiando o leitor a desvendar as camadas mais profundas do eu lírico. A intenção é transmitir algo mais do que as palavras superficiais revelam, deixando espaço para interpretações e descobertas pessoais.
Em resumo, o poema aborda a expressão das confissões pessoais do eu lírico por meio de versos de três linhas e convida um "explorador de conteúdos" a decifrá-las, permitindo uma compreensão mais profunda e íntima das emoções e pensamentos do autor.