segunda-feira, 30 de maio de 2016



inquietum

no madrugar matinal,
um interlúdio de falta de ar
ignora as cores do sol
e o céu rosado
para deixar sem desculpas
a diária erosão do corpo.



 *desvinco: do verbo desvincar - tirar os vincos a; desenrugar.








Tirar os vincos a; desenrugar.

"desvincar", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, http://www.priberam.pt/dlpo/desvincar [consultado em 30-05-2016].














coisa ao lado a)








                                                     é tipo um sopro que há em nós

domingo, 29 de maio de 2016

A rima mais fácil é dizer
Que não posso comer pão.
Entenderás, se passares uma vida.
Em vão; felizmente a minha obra
É um googolplex são.
Em casa fechado no frigorífico,
Vazio a olhar para o brilho
Quando mo abrem e têm pena
Da fome e me trazem almoço
Como ao cão, batendo à porta
Que demoro a abrir porque já
Não tenho polegares: neles fiquei
Sem pele depois de largar a farda
Do trabalho que ainda tenho para
Lavar. Comi-os todos.
Eu só quero passear de autocarro
Com a vibração em modo automático
No banco mais alto e mais atrás.

quinta-feira, 26 de maio de 2016

ciborrrgue descontrolado percebe e não percebe

do silêncio que resulta
a imensidão
que boa
quão
ser sujo
só sujo
rei sabugo
59/80
média 40
quase 50% acima
mas 16 abaixo
do resultado mais alto.
sou média entre
médios e topo.
o mais sozinho.

 _______

quem morre escapa.
como do Homem se trata
grossa maioria impede o escape.
tal risco na carreira
é demasiado salto bravo
há que desencorajar.
és tracinho do herói
não todo.
tal excede coragem
como do Homem se trata
torna-se uma afronta à própria identidade.

___:::

pior espécie
esta do Homem
tão culpada
pouco
pouco.
sonho violência
necessária
a justiça
é essa.
qual lei
de pessoas?
qual lei.
só a violência
redime.
morte a nós.

__

MORTE AO CÍRCULO TRIDIMENSIONAL
MORTE AO FORTE PORTE
AMOLA DE CORES E MAL INTENCIONADO
UM PORCO SAFADO

não se vê e é

Bandeira de vitória ao corpo estende-se,
peso certo, largo observador da essência.
Bem filtrado, o super concentrado eu e tu
hasteada bandeira no bolso comum.
Espreitadeira, vidreira, vira, vira, viram,
dois toques dois toques,
triunfo da exímia beleza
retocada para melhor,
cccom certeza
do progresso certo ser o re-toque.
Grosso volume de mais que 1 povo,
o maior não-país do mundo
infinito de tudo, qual céu,
contemplá-lo puro? avassalador e impossível!
põe no lugar. isto não mostra
um não furo não mostra
para além da parede onde não
qQue não se vÊ, nÁÁo precisa
qQue não se sente, não é,
que não se ouça, ouve-se pois,
qQ não lógico, plena lógica.
tudos1 ou nadas0 em sequência,
toda a causa por cedência.
Ainda chegamos ao Além.

sexta-feira, 13 de maio de 2016




 o avesso e o papel translúcido:
 "Com a tua letra", de Fernando Assis Pacheco, in Cuidar dos Vivos.
seguido de

foge o corpo, ao vento,
na expiração
a levantar voo










"um vento leve, uma espuma"
( Fernando Assis Pacheco)
a cadeira dela, o recorte 
(vejo um cravo)


campo pequeno- campo de ourique

levanto o ar da carruagem com o ar
grosso das narinas.
"some sugar in my bowl"!
o suor azedo:
o cheiro a rotina
o espaço das vértebras,
uns fios fortes a caminho.
luta: acesso às manhãs
privadas.
as colunas vibram tanto e sai a voz
distorcida
luta: é a minha voz com
açúcar,
as gotas a correr pela testa, pelo
chuveiro
e logo as narinas à vez
cada uma
ao sabor da espuma.

quarta-feira, 11 de maio de 2016

Tive uma mesa redonda
e depois tive um filho.
Como uma anaconda,
Engulo o chapéu e tenho
Uma mesa rectangular.

Assim tem de ser, para
engolir a vaidade do céu.
O raio do caminho
faz-se caminhando, mas
não se faz sozinho.


Fiz uma viagem ao fim da boîte. Havia pernas de 14 anos e financiamento de Ríade. Havia pastilha elástica a criar ácidos para simular digestão de verdade. Havia má luminosidade: era de noite, claro. Havia ouro e a sua previsibilidade. Havia falcões e luzes acesas recusando kamikazes. Havia porcos na rua que é o que lhe agrade. Havia crianças no noticiário rezando pela tempestade. Havia água com gás nalgumas mesas simulando a social mobilidade. Havia motas que passam pelo trânsito como o Coliseu a ser uma rotunda é a derrota da romanicidade. Havia anáfora como num discurso presidencial. A ânfora já não tem vinho, pede um novo round.
Ver as montras e perder as forças
É ter uma palmeira de plástico no lobby.
O meu hobby é sofrer.
Fumo uma caneta,
Mas não é por engano.
O que a linguagem não deixa,
Sendo humano, a entranha
Desfecha. Sendo rei,
Ela não se queixa.
Abane-me o abano.

filosofia do tempo-espaço

TICTAC
Falar falar Folar,
Falar é marchar!
TIC TAC TIC TAC
Marchar sem parar
Quantas milhas náuticas
uma língua pode dar?

A sequência de risos é um dado essencial para a compreensão da reacção.


RICRAC

TIC TAC

NICNAC

XACXAX

LACCCCAN't.

do RIO



Econo, é cones, fones, drogues, sobes

Torpes Raimundão pano rã channo,

Crono POMME guerre guelra
Melga Colibri SiIIsisiSI sim

Fimpumpim, tum rum

Rumo Roma lona FO-Na
Gôndola Calinda esgrima

Se se vés-rés, nés! Nectar

a Bar a bar, Bari, charlar lar do amar,
Sonda zomba, zumbe e zumbzzz,
Trombae congae Lomnngae, Congo.

Toga, Togo, co<n<tigo, TIGER Meyer

Do Zaire ou do Congo, mongo sopaina
Cãibra cantina formiga Guernicca,

 Zuniga, hmm fomeca caneca

Zeca do bafo sonos em mono, fólio

Anos

405060708090

2 MIL <I<<ZIL!

Ganiu o cão, não
São bastante um distante
Dois montantes, mostrar-te

Cavar-te arte em parte

Deus de Marte.
Z’zzzart-éEe!
Zarpão Cantão
Xin-du mingu e/ou Bantu

Lulu, Cafú, Zaratutu~

RURU-Rua! Rua!
X-alô mano, cantinho molusco
Um susto, busto contra basta e Irão

Senão Damão e Damião

Govinda a Linda finda a zizizi-zin dá!

Sobe, sobe nobre nobe

Nairobe xaropefaxote

D. Caixote.

Bode.

Dote.

Mó limo norte e Morte.