quarta-feira, 12 de abril de 2023

ohms ró x2

 

Aos leaky beatniks, ao velho snip

e ao que já nem se pode fumar no snob.


Malandros de boné são agora brechós.

Mané é mané, assim foi e assim é

quando os tempos eram duros e a rua larga,

e eu!


Entretanto fui de visita ao centro espiritual do linhó

mas os meus manos estavam à espera no terminal Ró-ró,

uma gracinha à camafeu, sabes quem és.

RÓ-RÓ - Con’a avó, conta até dez!


Do lugar do passageiro um Orfeu solitário, pálido,

todo torcido e mal apoiado, se bem que ambos são o mesmo

do lado abandonado da minha cama.

Se um grito bastasse como antes:

RÓ-RÓ – Cona da tua avó!


Ró-ró, para que pares.

Pára que aí vem mais.

Tens que congelar, o campo é amplo mesmo por isso.

Bem sabes que em vias de oportunidade, os teus ais são compromisso.


Ró, apanhei-te uma vez, duas e três!


A Saúde transformou-se na praia do Guincho,

com dedos profanos que encarnam deleite,

vulgar e ausente, do rancho ao lixo:

RÓ-RÓ - Con’a avó, conto castiço.


Vens de Santos ao Cais

e antes uma pausa para a ilha comprida.

Se são dunas ou areal, pouco importa,

para mim, o Sunderland joga c’o Arsenal.

Dá para ver o jogo no bar da praia?


Um assalto foi mais inocente do que a hora de apanhar o metro.


Tantos anos passam ao ritmo dum post,

mas o Ró-ró agora é outro.

Tu de jato

e eu de Bolt.




RÓ-RÓ - Con’a avó!


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