quinta-feira, 2 de março de 2023

teremos sempre Paris,

não fosse Paris quando o homem quer.

mas o que pode querer um mano

quando Paris é um filme do Woody Allen

e uma impostora ali se expõe em seu lugar?

como é que a salvamos do passado?


eu já pensei em pintá-la de azul

e trata-la bem, e mal,

e ler para crer, parar para depois esquecer

e fazer que não se sabe de nada

(o ingénuo é oportunista).

já a enterrei em entulho

já me fiz com barulho,

já a reciclei

e até tentei que fosse Londres 

(sem vertigens, óbvio).

fi-la de morta, à espera dum milagre,

declarei-a património mundial (!),

até a apostei numa roleta.

nada.


enquanto sonhamos com as visões duma Joana

vamos rezando com fé que sim, teremos sempre Paris.

duvido alguma vez dizer o mesmo do Rio.





Nenhum comentário:

Postar um comentário